sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O que podemos aprender com osGenerais #1: Rommel e Montgomery


O que podemos aprender com osGenerais #1: Rommel e Montgomery

Eu simplesmente sou aficionado por História Militar desde criança (incentivado pelo meu Pai, Sr. Luiz – o pai) e as batalhas da II Guerra Mundial me trazem um certo fascínio especial. O que eu não sabia que estudar estas batalhas e seus líderes iriam me trazer insights que poderia usar no meu trabalho como Gerente de Projetos, Arquiteto e Gerente de Qualidade, principalmente no que tange a Gestão de Pessoas e Estratégia.

Marechal-de-Campo Edwin Rommel

General Erwin Rommel, Afrika Korps, Norte da África, 1942.
Fui apresentado ao Marechal-de-Campo Erwin Rommel, alemão, nazista, militar de carreira que fez uma ótima reputação desde a I Guerra Mundial onde comandou tanques com um ótimo êxito em batalhas na Europa. Eu tinha apenas 8 anos e, através do meu pai que trouxe um livro que contava a sua história, pude notar que o detalhe que mais me chamou a atenção na época foi que ele era conhecido como a “Raposa do Deserto” e eu, com a minha imaginação de criança, ficava pensando o “por quê” deste apelido. Eu viria a entender somente depois de adulto, quando comecei a entender o que era disciplina, comando e gestão.
Rommel ficou mundialmente famoso por sua intervenção na África do Norte entre 1941 e 1943, no comando do Afrika Korps, um destacamento do exército alemão destinado a auxiliar as forças italianas que então batiam em retirada frente ao exército britânico. Por sua audácia e domínio das táticas de guerra com blindados, granjeou o apelido de A Raposa do Deserto e entre os árabes como O Libertador, sendo temido e respeitado tanto por seus comandados quanto por seus inimigos.
Nasceu em Heidenheim, aproximadamente 40 km de Ulm, no estado de Württemberg, sendo batizado em 17 de Novembro de 1891. Foi o segundo filho do professor protestante Erwin Rommel, reitor de escola secundária em Aalen, e Helene von Luz, filha de um proeminente dignitário local. O casal teve ainda outros três filhos, dois meninos, Karl e Gerhard, e uma menina, Helene. O seu irmão mais velho, Karl Rommel, entrou como voluntário no Exército se tornando piloto de reconhecimento, sendo admitido somente nos últimos exames. Já Gerhard Rommel, o seu irmão mais novo, se tornou cantor de ópera.
Foi militar exemplar, começando como Cadete e morrendo como Marechal-de-Campo. Ascendeu na carreira militar por executar suas ordens miticulosamente, desde que concordasse com elas. Serviu como chefe da segurança pessoal de Hitler, foi formador de oficiais na Academia Militar e foi um dos mais exímios executores da Blitzkrieg. Sua morte foi, na realidade, um suicidio forçado por Hitler por acreditar que a Alemanha Nazista não tinha saída e que a rendição era inevitável e que deveria ser feita a tempo da Alemanha sair com alguma honra da Guerra.
Conquistou todos seus méritos por bravura, liderança, estratégia mas era extremamente indisciplinado e não acatava ordens quando as julgava erradas ou inapropriadas para a ocasião. Tinha um senso crítico altamente desenvolvido e acreditava que sempre tinha que tomar a iniciativa primeiro, que riscos eram oportunidades e que sua intuição era a principal virtude da sua criatividade/inovação.
Todos o respeitavam, veneravam e lembravam por sua postura. Ela elevava o moral da tropa, sua coerência e reconhecimento dos seus comandados eram notáveis e fez da sua pessoa uma lenda por todo Exército Alemão.

Marechal-de-Campo Bernard Montgomery

General Bernard Montgomery, 8o. Exército, Egito, 1942.
Eu fui apresentado ao General Bernard Montgomery muito tarde, aos meus 18 anos quando lí um livro sobre o General Patton (vou escrever sobre ele mais tarde, este merece um post exclusivo) e mais tarde tive a oportunidade de ver o filme Patton – Rebelde ou Heróis (1970) que foi ganhador de 7 oscars (sim! o filme é muito bom).
A primeira impressão que tive foi que ele era baixinho, invocado, convencido e perfeccionista. Não entendia como aquele perfil podia ter se tornado General do Exército inglês mas por sorte ao longo dos anos eu descobri que o seu principal dom era lidar com pessoas. Até hoje suas lições de moral são utilizadas e foram eternizadas como o Princípio de Montgomery
Frequentou o Royal Military College, em Sandhurst. Combateu na Primeira Guerra Mundial, onde alcançou o posto de tenente-coronel. Durante a Guerra Irlandesa de Independência (1919-1921), Montgomery foi o oficial em Comando do condado de Cork, Irlanda o maior condado da área. Este conflito foi notável pela sua ferocidade e pelas represálias levadas a efeito pelas forças da Coroa. Foi promovido a general em 1938.
Em agosto de 1942, o Primeiro Ministro Winston Churchill apontou Montgomery como comandante do 8º Exército Britânico (ficando conhecido como Ratos do Deserto) na Campanha do Norte da África. Montgomery com sucesso fez recuar Erwin Rommel, obrigando-o a retirar do Egito após a Segunda Batalha de El Alamein.
Seu trabalho em conquistar a tropa teve como marca registrada a boina preta, a mesma utilizada por seus comandados com a única diferença de ter a insígnia de general ao lado da insígnia do 8o. Exército. Isto o colocava no mesmo nível dos seus comandados e todos o respeitavam por ele se considerar parte da tropa.
(…) não conheço vocês e vocês não me conhecem mas a partir de agora o que vai nos unir é a confiança! Eu vou dar ordens e não vou ser questionado e com isso iremos expulsar Rommel e os alemães de volta para o Fuher.
O moral da tropa ficou tão alto que na segunda batalha de El Alamein a ordem era avançar sem recuar utilizando um  grupo de soldados batetores a frente dos tanques para ir detectando as minas-terrestres. Quem ia afrente do pelotão era um soldado escocês tocando uma gaita-de-fole (eles acreditam que o som da gaita-de-fole age como desestabilizador psicológico no campo-de-batalha) e há relatos que um destes morreu em uma explosão e quando recuperaram o seu corpo ao fim da batalha, foi constatado que ele morreu tocando a gaita, tendo seus dedos enrrigicidos no instrumento.
Além de ser um orador incrível, sua habilidade em formar pessoas através do treinamento e disciplina eram notáveis e foi um dos fatores primordiais para a sua vitória no norte da África, a primeira de grande expressão do Exército Real Inglês durante a II Guerra.
Morreu em 1976 por causas naturais, Marechal-de-Campo aposentado, Comandante Supremo do Exército Imperial Inglês e Comandante da OTAN entre 1951 à 1958.

A Batalha de El-Alamein

O fato histórico que registra o embate  entre estes dois gênios da estratégia, tática e campo de batalha é quando os dois se encontraram durante a II Guerra Mundial na batalha de El Alamein. Eu consegui achar no Youtube! O documentário do National Geographic Channel chamado Generais em Guerra: a batalha de El Alamein que é muito bom e vale a pena ver até o final.

O que aprendi com os dois?

Aprendi que temos que casar as melhores qualidades de Erwin Rommel e Bernard Montgomery. Da insbordinação à audácia; da motivação à confiança; do treinamento ao comando.
O que eu quero dizer é que temos que ser disciplinados, prezar pelo treinamento e formação das nossas equipes e deixar claro que a confiança e coerência são os pilares  fundamentais para executarmos um bom trabalho. Mesmo que nos deleguem uma tarefa indigesta, temos que deixar bem claro o nosso ponto-de-vista para nossos gestores e para a nossa equipe. Mesmo que nos deleguem uma tarefa indigesta, temos a obrigação de fazê-la bem feito (mesmo que fiquemos fulos com isto).

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Referências

Sobre o Autor

Luis Machado Reis

Luis Machado Reis

Development Manager at Teltools Tecnologia
Uberlândia, Minas Gerais, Brazil (Uberlândia Area, Brazil) 
Information Technology and Services

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