sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Waffen SS

Waffen SS

As WAFFEN-SS (SS em armas) tem a sua origem nas Schutzstaffel (SS) ou esquadra de proteção, que foram criadas no início da história da partido Nacional-Socialista (Nazista) para servir como força de segurança pessoal para Hitler durante os anos de caos político na Alemanha nas décadas de 20 e 30. O Partido Nazista possuía sua própria força de ataque e defesa, maior e mais poderosa, as SA (Sturmabteilung ou Cavalariano da Tempestade), mas Hitler não confiava nas mesmas, pois elas estavam sob o comando de Ernst Röhm, seu rival.

Em janeiro de 1929 Hitler designou Heinrich Himmler para comandar as SS (o grau dele era Reichsführer) e era a meta de Himmler criar um corpo de exército de elite de soldados armados dentro do partido. Porém, as SS ainda eram uma organização muito pequena e Hitler precisava desesperadamente mudar este quadro. Himmler planejou formar uma força de elite que representasse dignamente o ideal ariano. Os homens que comporiam as SS deveriam ter um ascendência germânica comprovada, um excelente condição física e convicções políticas em relação ao nazismo inquestionáveis. Todos deveriam jurar fidelidade cega a Hitler.
Por volta de 1933 as SS contavam com quase 52.000 homens e Hitler acreditava que tinha chegado a hora de exterminar as SA como forças de combate dentro do partido. Mesmo sabendo que as SA contavam com cerca de 2 milhões de membros Hitler acreditava que a hora das SA tinha chegado, pois as mesma estavam ameaçando a sua posição dentro do partido, atrapalhando os seus plano de aproximação com setores da sociedade alemã e com o próprio exército, pois o sonho de Röhm era que as SA substituíssem o exército convencional alemão, o Reichwehr, e isto não agradava os generais.

Então em 30 de julho de 1933, naquele episódio que ficou conhecido como "A Noite das Longas Facas", Hitler enviou as SS, forças extremamente disciplinas e motivadas, para matar Ernst Röhm e vários altos oficiais das SA. O resultado foi o esperado por Hitler, e a partir daquele momento, ele e as suas tropas de choque reinavam sozinhas no seio do partido. A década de 30 foi a época de ouro do Partido Nazista, pois Hitler assumi o poder na Alemanha e Himmler, livre das SA, teve espaço suficiente para desenvolver as SS.

Porém, Himmler queria mais, e as SS foram ampliadas para incluir a polícia alemã a partir de 1936. Himmler reorganizou então a polícia do Reich para incluir o Ordnungspolizei (a polícia regular), e o Sicherheitspolizei (a polícia de segurança). O Sicherheitspolizei foi dividido mais adiante no Kriminalpolizei ou Kripo (a polícia Criminal) e o Geheime Staatspolizei ou Gestapo (a polícia secreta). Todos estes departamentos eram subordinados ao quartel general do Reichssicherheitshauptamt (escritório central de Segurança do Reich). O RSHA estava sob a direção de Reinhard Heydrich e mais tarde de Ernst Kaltenbrünner.Até 1933 não haviam ramos oficialmente reconhecidos das SS, todos seus membros sendo considerados das Allgemeine-SS (SS-Gerais, corpo burocrático de tempo parcial). Depois de obter reconhecimento oficial para seus ramos especializados, isto é, o SD (Sicherheitsdienst, ou Serviço de Segurança das SS), apenas os membros não anexados a estes foram considerados integrantes das Allgemeine-SS. Um punhado de soldados armados havia sido mantido disponível para propósitos cerimoniais e de segurança. Designados SS Verfügungstruppen (Tropas de Prontidão das SS), esta tropa armada cresceu lentamente durante os anos pré-guerra. Incluída nesta Verfügungstruppen estava a guarda pessoal de Hitler, o Stabswache, sob o comando de Sepp Dietrich. Outro grupo de membros armados das SS formou-se no final de 1933, os SS Totenkopfverbände (Destacamentos da Caveira das SS). A primeira destas unidades havia sido comandada pelo repugnante SS Standartenführer Theodor Eicke, sua função – guardar os campos de concentração. Eicke depois do expurgo das SA, foi apontado Inspetor dos Campos de Concentração e Comandante dos Destacamentos da Caveira. Isto foi uma recompensa por seu papel durante o expurgo. Os próprios Totenkopfverbände foram recompensados (eles forneceram parte dos pelotões de fuzilamento) ao serem removidos do controle das Allgemeine-SS, e terem seu tamanho expandido.

Em 17 de março de 1933, Dietrich havia estabelecido um destacamento armado especial de 120 homens das SS selecionados, o Stabswache. Assim, pela terceira vez dentro de um espaço de 10 anos, Hitler criava um grupo, possuidor de superiores qualidades, para sua proteção pessoal. Em setembro, durante a reunião do NSDAP, Hitler recompensou o Stabswache com o título oficial de Leibstandarte SS "Adolf Hitler" (Regimento de Guardas das SS). Em 9 de novembro, décimo aniversário do "Putsch" de Munique, o Leibstandarte SS fez um juramento que o ligava incondicionalmente a figura pessoal do Führer, efetivamente removendo-o do controle direto de Himmler e do NSDAP, tornando-o a nova Guarda Pretoriana de Hitler.
Em 16 de março de 1935 Hitler anunciou seu plano de introduzir o alistamento militar compulsório. Para ele o exército deveria passar a ter 36 divisões, sendo assim o último vestígio do Tratado de Versalhes havia sido descartado em nível oficial. Hitler também tinha a intenção de criar as SS Verfügungstruppen (Tropa de Prontidão SS), que seria uma unidade militar SS do porte de uma divisão.

A criação da Verfügungsfmppe assinala a instituição de uma diferença formal entre as SS militarizadas e o resto da organização, pois embora se deixasse obscura a finalidade da nova força — seu custo, por exemplo, seria financiado pelo orçamento da polícia do Reich, embora não fosse cumprir funções policiais regulares. Pretendia-se que esta tropa fosse de caráter claramente diferente do outro corpo armado das SS, as Totenkofpverbãnde. Esse grupo continuou preocupando-se com o provimento de pessoal e com a guarda dos campos de concentração e — o que é significativo— não foi chamado a fornecer recruta para a Verfügungstruppe. Em vez disso as novas unidades foram formadas reunindo-se em dois regimentos (standarten, os batalhões que descendiam dos "Esquadrões de Uso Político" criados na principais cidades alemãs no começo de 1933; o Deutschland (Alemanha), estacionado em Munique, e o Germania estacionado em Hamburgo. O terceiro regimento (todos compostos de três batalhões) era o Leibstandarte, estaciona do em Berlim. A despeito da sua incorporação na Verfügungstruppe, o Leibstandarte reteve parte da sua autonomia devido à velha amizade do seu comandante, Sepp Dietrich, com Hitler.

Paul Hausser, a quem Himmler nomeara para comandar a Verfügungstruppe, era bem adequado para o cargo. Um dos poucos oficiais, reformados, de alto posto a ingressar nas SS (dera baixa do exército em 1932 como tenente-general— general de divisão) tinha sólidas opiniões sobre a aplicabilidade das "virtude marciais" aos movimentos políticos, ' fora uma escolha natural para comanda a primeira escola de cadetes (Junkefschule) das SS, criada por Himmler en Bad Tolz, Baviera, em 1935. Ali e na Junkerschule de Brunswick, que dirigiu a seguir, os futuros oficiais das SS passavam pelo que talvez fosse o mais rigoroso e completo curso de liderança já criado. A alvorada era às seis horas, seguida de uma hora de educação física, desjejum de mingau e água mineral (produtos explorados comercialmente pelas SS) e uma manhã de treinamento e exercícios com armas. Três vezes por semana os cadetes recebiam instrução ideológica, de início por instrutores especiais e mais tarde pêlos oficiais instrutores normais, quando Himmler constatou que os primeiros pareciam estar desenvolvendo o que chamava de "status de comissários soviéticos".

Os textos mais usados eram o Mito do Século XX, de Rosenberg, e o Sangue e Solo, de Darré. A tarde era passada nas quadras de esportes, dando-se muito valor à façanha atlética. Aliás, neste aspecto, as SS passaram a assemelhar-se mais ao exército britânico do que ao alemão, com os esportes estreitando o sentimento de camaradagem entre oficiais e soldados. Num estágio posterior do seu treinamento, os cadetes das SS participavam de manobras de tiro real, uma notável inovação. Consta até que eram submetidos a inusitados testes de sangue-frio, como aquele em que o iniciado equilibrava uma granada da qual arrancara o pino, no alto do capacete, e aguardava a explosão em posição de sentido. Devido ao pequeno tamanho e a intenção inicial de criar uma força de elite, o adestramento da SS Verfügungstruppe alcançou um nível mais elevado do que o das unidades de infantaria do Exército. Até 1939, os infantes SS eram treinados como tropas de assalto. Competições esportivas e rigoroso programa de preparação física eram parte integral do programa de adestramento, uma característica não encontrada no treinamento normal das tropas do Exército.
A doutrinação política e ideológica nunca permitia ao soldado SS esquecer que ele fazia parte de uma formação de elite do Partido Nazista. O alistamento dentro das SS garantia, automaticamente, a inscrição nas fileiras do NSDAP. O curso, sem dúvida, produziu jovens líderes dedicados e severos. Se tinham a mesma qualidade de perfeição profissional dos produzidos pelas escolas de cadetes do exército é mais duvidoso, pois Himmler dava tal ênfase à seleção física, racial e política, que a qualificação educacional mínima tinha de ser drasticamente reduzida para se garantir números suficientes. Em conseqüência, antes de 1938, cerca de 40% dos recrutas não tinham mais do que o curso primário. Além disso, os postos intermediários eram ocupados pêlos chamados "velhos combatentes", escolhidos dentre os oficiais reformados, os únicos que possuíam verdadeiramente habilidades profissionais. Porém, mais tarde, os rigores da guerra levariam para a frente uma geração de jovens coronéis e generais SS, cujos poderes de liderança talvez não tivessem paralelo no exército alemão.

Por volta de 1938 apesar de seu poder crescente as Waffen SS ainda possuíam o status de força de segurança, quase uma polícia militar, e viviam a sombra da Wehrmacht . Isto agradava ao exército alemão, mas de forma alguma Hitler se sentia confortável com esta situação. Mas em janeiro de 1938 surgiu a oportunidade de proclamar a independência das Waffen SS. Blomberg, Ministro da Guerra foi acusado de se casar com uma mulher que tinha ligações com a prostituição e o seu substituto direto, von Fristsch, foi acusado de homossexualismo e não pode assumir o novo cargo. Diante deste escândalos Hitler extingue o Ministério da Guerra e cria o OKW - Oberkommando der Wehrmacht (Comando Conjunto de Defesa) do qual ele assumi a direção. Sendo assim Hitler passou a controlar todos os assuntos militares alemães e a questão da independência das Waffen SS em relação a Wehrmacht foi resolvida.

As Waffen participaram como unidades militares de duas operações de expansão territorial promovidas por Hitler: a reocupação da região da Renânia (1936) e a anexação da Áustria (1938). É importante observa que na Áustria já existia organizações SS clandestinas antes da anexação e estas organizações criaram o quarto Standarte, o Der Führer.
Fonte: A Vida no Front
Poderá

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