Início de envio de judeus a campos de extermínio nazistas completa 70 anosTrês sobreviventes relatam ao Correio como escaparam da morte
Publicação: 22/07/2012 08:14 Atualização:
Turistas observam a única parte que restou do muro que cercava o gueto, onde milhares foram confinados |
Maio de 1943. Em uma noite chuvosa, a polonesa Halina Birenbaum, 13 anos, recebe um abraço do pai, Jakub Grynsztein. A mãe da menina, Pola Perl, se despede dela e de Hilek, o filho de 20 anos. “Todos devemos morrer um dia. Morreremos juntos, agora. Não tenham medo”, afirmou. Um nazista aponta sua metralhadora para a família. Tudo ocorreu em Umschlagplatz, uma praça situada no extremo norte do Gueto de Varsóvia, conectada à linha férrea Varsóvia-Maklinia. Foi dali que, em 22 de julho de 1942, partiram os primeiros trens abarrotados de judeus, rumo aos campos de extermínio. Em dois meses, os alemães deportaram mais de 300 mil pessoas — 250 mil foram enviadas para a morte, em Treblinka, a 105km.
Soldados nazistas inspecionam o embarque de judeus no chamado "trem da morte", rumo às câmaras de gás, na Umschlagplatz |
“Os alemães nos capturaram no gueto, nos porões de uma casa que eles queimaram, e nos levaram para o terrível trem da morte. Não havia lugar no vagão de transporte de gado. Nós nos empurrávamos e batíamos uns nos outros. Os nazistas espancavam quem estava perto das portas. As pessoas caíam sobre as outras e centenas de outros judeus eram jogados no trem”, relata ao Correio, por e-mail, a moradora da cidade israelense de Herzliya, na costa do Mar Mediterrâneo. No Gueto de Varsóvia, ela viu o pai pela última vez. “Nem mesmo tenho uma foto dele”, conta. A mãe morreu na câmara de gás, no campo de Majdanek. O irmão e a cunhada foram asfixiados em Auschwitz.
Sobreviventes relatam ao Correio detalhes do Holocausto
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