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A
Batalha de Fornovo di Taro foi o último grande confronto travado pelo
exército brasileiro na
Segunda Guerra Mundial.
Ataque a Fornovo
Enquanto ao nordeste e ao noroeste de Fornovo contingentes do 1º RI e
do 11º RI bloqueavam as possíveis saídas do inimigo, o 6º RI do coronel
Nelson de Melo preparava ataque a Fornovo com ajuda de duas baterias de
artilharia, do Esquadrão de Reconhecimento, de uma companhia de
engenharia e de uma companhia norte-americana de tanques.
Na manhã de 28 de abril Zenóbio telefonou a Mascarenhas, que se achava em
Montecchio,
propondo que mais um batalhão fosse lançado à luta, para ajudar o 6º
RI. Mascarenhas, apoiando-se na avaliação que Castelo fez da situação,
declarou que esse batalhão adicional não seria necessário. Por isso, o
movimento de cerco e ataque foi efetuado por três batalhões, como
anteriormente fora planejado.
A principal ofensiva foi desencadeada pelo major Gross, que avançou
da região de Collecchio, pelo sul. Quando se encontrava a 6 km de
Fornovo, encontrou séria oposição, resistindo a violentos
contra-ataques, às 9 horas da noite do dia 28, e a 1 hora da madrugada
do dia 29.
Enquanto isso, a curta distância de Fornovo, o 3º Batalhão do major
Silvino, e o Esquadrão de Reconhecimento do capitão Pitaluga atacavam
pelo sudoeste. Escreve Wondolowski: "Os brasileiros, muito decididos,
estavam esmagando todas as tentativas alemãs de romper o cerco." Pode-se
acrescentar que os brasileiros ainda dispuseram de tropas para mandar a
Piacenza e a um bolsão ao Norte de
Cremona e, assim, não precisaram de toda a sua força para a missão de bloquear a Rodovia 62.
Vigário Negocia Rendição Alemã
Na tarde de 27 de abril, um dia antes da ofensiva contra Fornovo, o
major Cordeiro Oeste persuadiu o vigário de uma aldeia a levar aos
alemães a sugestão de que se rendessem. O vigário caminhou 6 km até
Respício, perto de Fornovo, e aí falou com oficiais alemães. Perguntado
sobre o poderio e a localização das forças brasileiras, o vigário disse
que os alemães estavam cercados e deviam se render.
Um dos mais velhos desses oficiais, que aprimorara o seu italiano durante um período em que servira como Embaixador da
Alemanha em
Roma, pediu ao vigário que obtivesse por escrito condições para a rendição e voltasse com elas.
Como resultado disso, na manhã do dia 28, muito cedo, antes de ser
desfechado o ataque do 6º RI, Nelson de Mello, redigiu um ultimato de
rendição incondicional e, através de
Castelo Branco, pediu a aprovação de Mascarenhas aos seus termos.
O vigário levou esse ultimato aos alemães e voltou com uma mensagem,
assinada pelo major Kuhn, chefe do Estado-Maior da 148ª Divisão, dizendo
que a resposta seria dada depois de consulta a seus superiores.
A Rendição
Enquanto os alemães adiavam a decisão, o 6º RI procedeu de acordo com
o plano. Então, às 10h30 da noite, depois que os homens de Gross
repeliram forte contra-ataque inimigo, o major Kuhn e dois outros
oficiais alemães cruzaram as linhas brasileiras para negociar os
pormenores da rendição. Gross os conduziu ao posto de comando do 6º RI,
em Collecchio.
Nelson de Melo, sabedor de que a missão dos três alemães fora autorizada pelo comandante da 148ª Divisão, general
Otto Fretter-Pico,
dirigiu-se rapidamente a Montecchio para falar com Mascarenhas. Este
ordenou a Brayner e Castelo que se entendessem com os negociadores
alemães. Por isso, sob a chuva, os dois oficiais foram levados a
Colecchio.
Castelo Branco descreve: "numa sala de uma vivenda de campo, fui
apresentado a três oficiais alemães do Estado-Maior de uma Divisão.
Pediram condições para a rendição. Dissemos que só podia ser
incondicional. Falaram em honra militar e em princípios de humanidade… e
aceitaram a rendição!
"São alguns milhares de homens, dois generais e etc. Como resultados
dos termos impostos na reunião de Collecchio, que durou toda a noite,
que foram modificados apenas pela insistência de Mascarenhas de que
depusessem imediatamente as armas (a 29 de abril e não a 30), a primeira
Divisão germânica a capitular na Itália se rendeu aos brasileiros.
"Nada menos de 14.779 alemães e italianos se tornaram prisioneiros em
dois campos próximos, instalados pelos brasileiros. O general alemão
Otto Fretter-Pico e o general italiano
Mario Carloni foram escoltados até
Florença
pelo general Falconiere e general Zenóbio, que os entregaram ao 5º
Exército norte-americano, juntamente com 6 milhões de liras também
tomados pelos brasileiros."
Numa luta, nos arredores de Fornovo, cinco brasileiros foram mortos e
cerca de 50 foram feridos. O que tinha sido conseguido era notável em
operações de guerra: a rendição de uma Divisão alemã a uma única Divisão
aliada, a brasileira.
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