terça-feira, 9 de outubro de 2012

BATALHA DAS ILHAS MARIANAS

Batalha das Ilhas Marianas

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Batalha das Ilhas Marianas
Guerra do Pacífico
First flag on Guam - 1944.jpg
Marines desembarcando em Guam sob a bandeira dos EUA.
Data junho-agosto de 1944
Local Arquipélago das Marianas e Mar das Filipinas
Resultado Vitória dos Estados Unidos
Combatentes
US flag 48 stars.svg Estados Unidos Flag of Japan.svg Japão
Batalha das Ilhas Marianas é o nome dado ao conjunto de batalhas ocorridas na Guerra do Pacífico, durante a II Guerra Mundial, entre os Estados Unidos e o Japão na segunda metade de 1944, que compreende a conquista aos japoneses da ilhas de Guam, Saipan e Tinian no arquipélago das Marianas e a batalha naval do Mar das Filipinas, que levou à quase completa destruição da frota de porta-aviões e da aviação naval japonesa.

Índice

Saipan

A campanha teve início em 15 de junho de 1944 com o desembarque de tropas norte-americanas na ilha de Saipan, uma das três grandes do conjunto das Marianas, então ocupada por tropas japonesas sob o comando do general Yoshitsugu Saito, após pesado bombardeio naval norte-americano.
Apesar da destruição de diversos carros de assalto anfíbios por parte dos japoneses, ao fim do dia as tropas americanas desembarcadas já haviam assegurado uma cabeça de praia de 6 km de extensão e 800 m de profundidade e iniciado o avanço para o aeroporto da ilha, abandonado pelos defensores três dias após o início dos combates. Sem a possibilidade de reforço militar nem de mantimentos ou munição, a batalha era desesperançosa para os japoneses. No entanto, o general Saito resolveu defender a ilha até o último homem, espalhando as suas tropas pelas crateras vulcânicas do interior da ilha e pelo terreno montanhoso ao redor do Monte Tapotchau, escondendo-se durante o dia e realizando ataques localizados durante a noite. Estes apenas seriam expulsos e vencidos após duros e prolongados combates, onde os invasores norte-americanos foram obrigados a usar lança-chamas e artilharia pesada para destruir a resistência nas cavernas da ilha.
Tropas se protegem do fogo japonês nas praias em Saipan.
A 7 de julho, sem ter mais terreno para onde retroceder e se esconder, o comandante militar japonês ordenou um ataque suicida às tropas invasoras, da qual participaram civis japoneses da ilha, armados apenas de bambus afiados, que preferiam morrer a se tornarem prisioneiros dos ocupantes. Esta atitude deverá ter origem na propaganda de guerra nipônica, que descrevia os invasores como dominadores cruéis e primitivos.
Cerca de três mil homens remanescentes ainda aptos das tropas japonesas participaram do assalto final, seguidos por civis, feridos com bandagens, soldados apoiados em muletas e armados apenas de paus, avançando sobre dois batalhões de fuzileiros navais, matando ou ferindo 650 deles. Mas a desproporção de forças e armamentos se impôs e a 9 de julho a ilha de Saipan foi anunciada como tomada e considerada segura pelos comandantes americanos. O general Saito e seu estado-maior remanescente cometeram suicídio numa caverna, acompanhados de diversos outros soldados e civis por toda a ilha. Um capitão e quarenta de seu homens esconderam-se nas montanhas, rendendo-se apenas em 1 de dezembro de 1945, meses após o final da guerra.
Ao final da batalha, cerca de 22 mil civis estavam mortos, junto com quase toda a guarnição militar japonesa de saipan, cerca de 30 mil homens. Para os norte-americanos esta foi a mais custosa batalha em vidas do teatro do Pacífico, com 14 mil homens mortos, feridos ou desaparecidos de um total de 71 mil que desembarcaram. Como resultado da derrota, o primeiro-ministro japonês Hideki Tojo renunciou ao cargo com todo seu gabinete.
Após a conquista, Saipan se tornou numa importante base da aviação norte americana para as operações posteriores nas ilhas das Marianas e para a invasão das Filipinas em outubro de 1944, assim como base dos bombardeiros que atacaram e bombardearam o Japão metropolitano nos meses finais da guerra.

Batalha do Mar das Filipinas

A batalha naval foi iniciada em 15 de junho de 1944, um dia após os desembarques aliados em Saipan, quando o comando naval japonês, surpreendido pelo ataque aliado às Marianas - o esperava mais ao sul, nas Ilhas Carolinas - viu a oportunidade de fechar numa pinça e destruir a frota americana enviada para apoio aos desembarques terrestres às ilhas.
Porta aviões Zuikaku e dois destróieres japoneses sob ataque de aviões norte-americanos.
Seis grandes porta-aviões japoneses foram enviados para rechaçar os desembarques e destruir a frota inimiga, a Força Tarefa 58 do Almirante Raymond Spruance, mas a sua localização foi descoberta por submarinos e aviões de patrulha americanos. Assim, o resultado da batalha acabou num grande desastre para as forças japonesas, que perderam três porta-aviões no combate, além de centenas de aeronaves embarcadas e baseadas nas ilhas, nos dois dias deduração da batalha. Apenas 35 dos 473 aviões embarcados do na frota do almirante Jisaburo Ozawa, comandante da frota, sobreviveram intactos ao combate, tornando irrecuperáveis as perdas japonesas. Alguns meses depois, na Batalha do Golfo de Leyte, estes porta-aviões, quase sem aviões e tripulantes teinados, seriam usados apenas como força diversionista para a batalha entre japoneses e americanos que ali seria realizada.
A derrota é atribuída por historiadores militares ao uso de aeronaves obsoletas e tripulações inexperientes contra as novas aeronaves militares, novos pilotos bem treinados e ao uso do radar nos aviões de patrulha e reconhecimento americanos. A vitória naval dos Estados Unidos permitiu a conquista terrestre das Ilhas Marianas e abriria as portas à invasão da ilha de Iwo Jima no ano seguinte.

Guam

Esta batalha nas Ilhas Marianas ocorreu entre julho e agosto de 1944, em seguida à tomada de Saipan pelos americanos. Guam é a maior das ilhas do arquipélago, com 48 km de comprimento e 14 km de largura. Ela havia sido uma possessão dos EUA desde que foi tomada aos espanhóis em 1898 e após o ataque a Pearl Harbor,em 11 de dezembro de 1941, quatro dias após o inicio do conflito no Pacífico, ela foi ocupada pelos japoneses. Em 1944 era defendida por grande guarnição japonesa.
Primeiras tropas de assalto dos marines se protegem na praia.
Guam era um grande alvo do ataque norte-americano por sua localização e tamanho, ideal para base de operações dos futuros ataques aliados às Filipinas, Taiwan e Japão, por ter dois grandes aeroportos em condições de receber os grandes bombardeiros B-29, as super fortalezas voadoras, e um porto de águas profundas.
Inicialmente prevista para junho, a invasão teve que ser adiada por um mês graças à forte resistência japonesa na ilha vizinha de Saipan e à batalha naval no Mar de Filipinas, na região marítima ao largo do arquipélago.
Em 21 de julho os desembarques começaram na parte oeste da ilha, na península de Orote, com brigadas de marines tomando os dois lados da península; apesar do afundamento de vinte veículos anfíbios pela artilharia japonesa, ao fim do dia uma cabeça de praia invasora já havia sido instalada. Nos dias seguintes as tropas americanas sofreram severos contra ataques japoneses, que penetravam nas linhas de defesa das praias e eram expulsas em seguida com grande perda de homens e equipamentos.
Apesar da dificuldade de estabelecer linhas apropriadas de suprimentos, devido à dificuldade de desembarque entre os recifes martelados pela artilharia nipônica, em 30 de julho as tropas invasoras conseguiram tomar o aeroporto de Orote.
Os contra ataques feitos à cabeça de praia invasora havia exaurido os japoneses que, sem mantimentos nem munição e com apenas uma pequena quantidade de tanques, tiveram que se retirar para o sul da ilha no começo de agosto, planejando estabelecer uma ilha de defesa na área. Mas com a reposição da linha de suprimentos e armamentos sendo impossibilitada pelo domínio americano do ar e do mar na região, após a batalha do Mar das Filipinas, só restava ao comando japonês tentar adiar a derrota por alguns dias.
A selva fechada e a chuva dificultaram o avanço pelo interior da ilha, mas após os combates no Monte Barigada entre 2 e 4 de agosto, a linha de defesa japonesa entrou em colapso, transformando o resto da batalha numa perseguição aos derrotados. Assim, como em outras batalhas do Pacífico, os japoneses se recusaram à rendição e muito poucos sobreviveram. Alguns deles se embrenharam nas selvas e continuaram lutando por meses em escaramuças contra patrulhas norte-americanas.
Em dezembro de 1945, quatro meses após a rendição, três soldados americanos em patrulha ainda foram mortos por sobreviventes japoneses vivendo nas matas. Em 24 de janeiro de 1972, o sargento Shoichi Yokoi foi descoberto por caçadores da região em um local remoto da ilha. Ele havia passado 27 anos vivendo sozinho numa caverna até ser encontrado, sem saber que a guerra havia terminado.

Tinian

Esta batalha foi travada na menor das três principais ilhas do arquipélago das Marianas, entre tropas norte-americanas e japonesas, logo após a ocupação pelos invasores da ilha vizinha de Saipan, durante a semana de 24 de julho e 1 de agosto de 1944.
Marines desembarcam com água na cintura em Tinian.
Duas divisões de marines desembarcaram no norte da ilha ao amanhecer de 24 de julho, apoiadas por bombardeio naval através do estreito de Saipan, localizada seis quilômetros ao sul, que lhes custou a perda um cruzador e um destróier, atingidos por baterias japonesas.
Os japoneses adotaram em Tinian a mesma estratégia de Saipan, escondendo-se durante o dia e atacando após o escurecer. As melhores condições do terreno permitiram aos atacantes um uso mais efetivo da força de tanques e baterias de artilharia do que o permitido no terreno montanhoso de Saipan, fazendo com que a luta durasse apenas nove dias.
Tinian viu pela primeira vez o uso de bombas de napalm na Guerra do Pacífico, usadas por caças-bombardeiros P-47 Thunderbolt, queimando totalmente instalações inimigas.
Centenas de soldados japoneses esconderam-se nas matas da ilha, atacando as tropas de ocupação ali acantonadas após a batalha, com táticas de guerrilha, até se renderem em setembro de 1945, no final do conflito. O último soldado japonês em Tinian, Murata Susumu, só foi capturado em 1953.
Após a batalha, a ilha se tornou um importante ponto de operações para as operações no teatro do Pacífico, com a construção de alojamentos para 50 mil soldados; 1.500 engenheiros militares (os Seabees) transformaram o aeroporto de Tinian no mais movimentado da guerra, com seis pistas de 2,4 km de extensão para pouso e decolagem dos bombardeiros B-29 que bombardeariam as Filipinas e o Japão.

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