segunda-feira, 8 de outubro de 2012

BATALHA NAVAL DO RIO DO PRATA SEG GUERRA

Batalha do Rio da Prata

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Batalha do Rio da Prata
Segunda Guerra Mundial
HMS Achilles (70).jpg
Dezembro de 1939, o HMS Achilles visto do HMS Ajax durante a Batalha do Rio da Prata.
Data 13 de dezembro de 1939
Local Atlântico Sul, fora do Estuário do Rio da Prata
Resultado Vitória tática Alemã Vitória Estratégia Aliada
Combatentes
Flag of the United Kingdom.svg Reino Unido War Ensign of Germany 1938-1945.svg Alemanha
Comandantes
Flag of the United Kingdom.svg Henry Harwood War Ensign of Germany 1938-1945.svg Hans Langsdorff
Forças
1 cruzador pesado
2 cruzadores leves
1 encouraçado
Baixas
1 cruzador pesado fortemente danificado
2 cruzadores leves danificados
72 mortos
28 feridos
1 encouraçado danificado
36 mortos
60 feridos

A Batalha do Rio da Prata foi a primeira grande batalha naval da Segunda Guerra Mundial, foi travada entre as Marinhas Inglesa e Alemã. O combate aconteceu no Atlântico Sul em 13 de dezembro 1939, próximo ao Estuário do Rio da Prata.

Índice

História

Em 21 de agosto de 1939, o Admiral Graf Spee deixou o porto de Wilhelmshaven (Alemanha), na costa do Mar do Norte, com ordens secretas de atacar a navegação comercial no Atlântico Sul. As quais deveriam ser executadas, após a declaração oficial de guerra. A estratégia de Adolf Hitler faria com que antes da declaração de guerra o navio pudesse navegar em águas internacionais sem problema. Com esta estratégia, quando a declaração fosse feita o navio já estaria abaixo da Linha do Equador. Durante três semanas o navio navegou em oceano aberto a leste do Brasil. Finalmente em 20 de Setembro de 1939, o Admiral Graf Spee foi liberado para executar suas ordens.
As ordens seriam para que o encouraçado pudesse atacar como um corsário, nos locais mais inesperados a fim de manter as esquadras aliadas dispersas, principalmente a Home Fleet[1], facilitando o desenvolvimento de outras ações navais contra a Inglaterra.
Neste contexto, o Graf Spee ficou com o sul do Equador como zona de operações, ficando o Deutschland com o Atlântico Norte.[2]

Ataques

Mapa dos Ataques
Em 30 de setembro de 1939, o Graf Spee começou a sua caçada, afundando o cargueiro Clement, na altura de Alagoas. Logo após o encouraçado abandonou a área, dirigindo-se ao meio do oceano. Em 07 de Outubro de 1939, afundou duas embarcações britânicas, o Newton Beach e o Ashlea. Em 10 de outubro, afundaria o Huntsman e o Trevasnion em 22 de outubro de 1939. Todos os marinheiros capturados eram trazidos a bordo e logo após o encouraçado abandonava área como de costume. O fato de tantos navios não chegarem aos portos levantou a suspeita da Marinha Britânica, que emitiu um aviso de alerta a todas as embarcações que navegavam no Atlântico Sul.
Logo o Capitão Hans Langsdorff, marinheiro experiente, utilizaria táticas de pirataria para confundir o inimigo. Entre estas técnicas, estava a modificação da aparência do navio, com falsas placas de madeira e lonas, criando estruturas diferentes das de um navio de guerra. A pintura de nomes e utlização de bandeiras confundiam os navios comerciais, tomando-o como um navio mercante. Uma destas modificações fazia com que parecesse com seu irmão gêmeo, o Deutschland, que deveria a estar operando no Atlântico Norte. Isto confundiu a armada britânica várias vezes.
Desta forma a Marinha Britânica, destacou para o Atlântico Sul, a Força de Caça G, com a finalidade de proteger os navios que operavam principalmente na região do Rio da Prata. Local que era responsável por 40% dos produtos primários embarcados ao Reuno Unido. Esta força era composta por dois Cruzadores Pesados ( Cumberland e o Exeter ) e dois Cruzadores Leves ( Achilles e o Ajax). Esta Força-Tarefa, seria chefiada pelo Comodoro Inglês Henry Harwood Harwood, tendo como navio-capitânia do HMS Exeter, e como base Port Stanley, nas ilhas Malvinas
Em 2 de dezembro de 1939, o cargueiro Doric Star foi capturado ao largo da costa da África. Porém, antes, conseguiu emitir o sinal de rádio "RRR" (ataque de corsário), indicando que estava sob ataque do Graf Spee. Quando o Comodoro Harwood, da Força de Caça "G", composta pelo Achilles, Ajax e Exeter, recebeu as notícias do Doric Star, concluiu que o Graf Spee a seguir cruzaria o Atlântico Sul em direção à América do Sul, para evadir-se à perseguição que certamente se seguiria. Harwood sempre acreditara que, cedo ou tarde, o comandante Langsdorff seguiria para a área do Rio da Prata, para tirar vantagem do intenso tráfego mercante dos portos de Buenos Aires e Montevideo. A seguir emitiu ordens para que a Força G viesse a concentrar-se nas imediações do Rio da Prata.
A marinha inglesa sabia que o Graf Spee não resistiria à tentação ao grande número de navios mercantes que demandavam do centro comercial do Rio da Prata e deslocou três cruzadores no seu encalço: o Ajax, o Achilles e o Exeter, ficando ainda o Cumberland como reserva nas Ilhas Malvinas (Falklands), complementando um conserto.

A Batalha

Mapa da Batalha
Após o último encontro com o seu reabastecedor, o navio-tanque Altmark, o Graf Spee ( 06 de Dezembro) seguiu para o Rio da Prata, onde fez a sua última prêsa, o Streonshalh.
Durante a noite de 12 de dezembro os navios ingleses iniciaram sua tática para um possível confronto, navegariam em formação cerrada, onde teriam contato visual e na eventualidade de um ataque, concentrar seu poder de fogo. Outro fato seria: ao amanhecer navegar a favor do sol para dificultar a visibilidade do navio alemão, que teria o sol de proa. A marinha britânica sabia que num confronto direto com o cruzador alemão, sairiam perdendo. Devido ao alto poder de fogo de seus canhões de 280 mm (11 pol. x 6) os quais enviabilizava qualquer confronto direto a curta distância.
O Exeter era o único cruzador pesado, da classe York, que tinha como armamento principal seis canhões de 203 mm e secundário de oito canhões de 102 mm, os cruzadores leves posuiam canhões de 152 mm. Diante disto Harwood sabia que seria difícil causar danos a superestrutura de um encouraçado, então sua estratégia seria dividir a atenção do Graf Spee. O Ajax e o Achilles iriam por um lado e o Exeter atacaria por outro, dificultando a concentração dos alemães, em responder ao ataque.

Em 13 de dezembro, o vigia do Graff Spee às 06:00 da manhã avistou duas antenas no horizonte, e enviou o alerta, logo, toda a tripulação tomou os postos de combate. Esta informação parecia confirmar que era um barco comercial britânico. Mas minutos mais tarde quando o sol já estava mais alto, foi possível identificar que realmente se tratava de três barcos de guerra britânicos. A demora na identificação por parte do Graf Spee permitiu a aproximação dos ingleses, ficando desta forma ao alcance de todos os seus canhões e, muito importante, ficandou abaixo do ângulo de tiro dos poderosos canhões de 280 mm do Spee.
As 06:17 o Spee disparou contra o Exeter, pois sabia ser o mais poderoso da frota. Logo a seguir o Exeter devolveu a salva com uma sequência de disparos. Enquanto o combate inicial era travado entre os grandes navios, os cruzadores leves, mais rápidos, iniciaram a manobra de pinça, tentando cercar o cruzador alemão entre dois flancos. Esta manobra visava dividir a artilharia do Spee, dificultar o enquadramento dos seus disparos e, principamente dificultar os cálculos dos disparos.
Uma sequência de disparos dos navios ingleses, atingiram o Spee acima da linha de flutuação, abrindo um enorme rombo no casco, além de diversos outros danos. Umas das opções do capitão do Spee foi manter o Exeter sob fogo dos canhões de 280mm e concentrar o fogo dos canhões de 105 mm nos cruzadores leves. Manobra difícil de ser executado, principalmente em movimento de aproximação. Após a primeira parte da batalha o Exeter ficou fora de combate, pois o sistema de direcionamento de tiro e as torres dos canhões de maior calibre haviam sido danificados. Sem alternativa, o Exeter abandona o campo de batalha em meio a uma nuvem de fumaça utilizado para camuflagem. Ficando desta forma em combate somente os cruzadores leves e o Spee.
Afundamento do Graf Spee
Às 07:00 da manhã o Graf Spee, sob fogo cerrado, repentinamente abandona a zona de combate. O que se seguiu após este evento, permanece até hoje como um dos maiores mistérios da Segunda Guerra Mundial. Historiadores militares, declaram que o Graf Spee, embora avariado tinha condições de combate frente aos cruzadores leves, pois seus poderosos canhões ainda disparavam. No entanto a decisão do Capital Hans Langsdorff foi a de refugiar-se no porto de Montevidéu para efetuar reparos. O Uruguai, bem como os demais países latino-americanos estavam neutros na guerra, o que permitiria que qualquer barco com problemas solicitasse permissão para atracar e realizar reparos.
Desta forma, o navio atracou no porto solicitando conserto. O que se seguiu a partir daí, foi uma sequência de fatos que até hoje permanece envolta em mistério.
Não conseguindo os reparos necessários e pressionado pela Política Internacional, o comandante foi obrigado a deixar o porto. Mas a armada inglesa estava a sua espera na saída do estuário e assim que deixasse águas territoriais uruguaias ele seria novamente atacado. Desta forma, o Capitão Langsdorff deu ordens de afundar o navio, o que se fez logo na saída do estuário.
O Capitão e sua tripulação se dirigiram então à Argentina, país com grande concentração de imigrantes alemães o que possibilitaria auxilio. Então, na tarde de 19 de novembro de 1939, após enterrar seus mortos e encaminhar os feridos ao hospital, o Capitão se suicidou.

Referências

  1. Denominação tradicional da frota da Marinha Real Britânica
  2. Nesta classe de navios a proposta da Alemanha seria de fabricar 5 unidades, mas somente 3 foram efetivamente terminadas e lançadas ao mar: o Deutschland, Admiral Scheer e o Admiral Graf Spee. Coleção 70º da Segunda Guerra Mundial- Abril, 2010 - Fascículo 07

Bibliografia

  • La Batalla del Rio de La Plata , History Channel Latin America
  • Centro de Estudios Navales y Maritimos , Montevidéu, Uruguai
  • Eugen, Millington-Drake. A Batalha do Rio da Prata, Flamboyant - 1967
  • Coleção 70º Aniversário da II Guerra Mundial , Abril- 2009
  • Salinas, Juan; De Nápoli, Carlos - Ultramar Sul. A Última operação secreta do III Reich- Editora Civilização Brasileira, 2010

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