terça-feira, 9 de outubro de 2012

O SUICIDIIO DE HITLER PARTE 1

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O Suicidio de Adolf Hitler - Parte I

Sempre fui fascinado pelo tema da segunda guerra Mundial, particularmente a ascensão e a queda de Adolf Hitler e todo o mistério sobre a sua morte. E navegando na Net, encontrei com um maravilhoso blog onde pude ter as referências bem pesquisadas, novas informações, fotos e fatos muito bem escritos e informativos que me saciaram a curiosidade sobre o tema em questão. Sem mais delongas, lhes apresento o post do Tiago R. Carvalho que me deixou posta-lo aqui tambem, e que por ser muito grande, está dividido em várias partes e deixo no final o endereço do Blog com o post original e outras maravilhas que voce pode conferir visitando a sua página , aqui.





O SUICÍDIO DE ADOLF HITLER 1945


- I -
A CAPITAL

O penetrante odor que se desprendia das ruínas se assemelhava, de acordo com os que ali estiveram, com uma mistura acre de pólvora e borracha que fazia os olhos arderem. Ele se misturava com o terrível cheiro de centenas de berlinenses que jaziam debaixo das ruínas de sua antiga capital. O Tiergarten que outrora fora um dos mais belos parques da Europa, estava irreconhecível: os arbustos cuidadosamente podados, suas arvores altas e majestosas que davam ao lugar um clima romântico, onde os berlinenses gostavam de passar suas tardes de final de semana, cedera lugar a uma terra revolvida pela fúria do combate. Onde havia grama, nada mais restava senão centenas de cadáveres e destroços de veículos militares que tentavam em vão impedir o avanço do inimigo comunista. A poeira decorrente dos combates nas ruas fazia com que os dentes rangessem e os olhos ressecarem. Naquele abril de 1945 a capital alemã de Berlim havia se convertido numa arena onde duas ideologias se chocavam num misto de fanatismo, ódio, crueldade, violência e destruição sem limites. Trinta e sete dos 38 reservatórios e 99,9% dos dutos de gás de Berlim foram destruídos. Nenhum dos 100 mil postes de luz das ruas funcionava. As 19 estações de tratamento de água da cidade estavam danificadas. Dos 4.300 km de ruas 1.350 km estavam destruídos. 2.739 dos 2.832 trens de superfície, 1 056 dos 1.101 dos trens subterrâneos e 649 dos 667 ônibus estavam danificados. Nenhuma das 400 ambulâncias de Berlim funcionava em 1945. 9.500 dos 12 mil armazéns de distribuição de comida estavam destruídos. Cerca de oitenta e três milhões de metros cúbicos de entulho cobriam as ruas, o suficiente para erguer uma montanha de 300 metros de altura.

BATALHA NAS RUAS DE BERLIM


Ao norte do Tiergarten, ficava um dos mais simbólicos prédios de Berlim: o Reichstag, sede do parlamento alemão. O Reichstag era um imenso colosso arquitetônico no estilo clássico, palco de muitos dos discursos de Adolf Hitler, sendo inclusive o local de onde o ditador expos os “motivos” que o levaram a invadir a Polônia em 1939. No telhado do Reichstag a estatua da deusa “Germânia” continuava incólume sobre aquele histórico e simbólico prédio, agora em ruínas. Impossível não notar a inscrição em estilo gótico com letras garrafais no vestíbulo de entrada, que em tempos de paz possuía um sentido absolutamente normal, mas que em decorrência dos acontecimentos daquele abril de 1945, haviam adquirido um sentido sarcástico: “Den Deutschen Volke”, em português “Para o povo alemão”, como se o caos ali reinante fosse o que o povo alemão merecesse depois de quase cinco anos de guerra. O nazismo havia espalhado o caos pela Europa, semeando destruição, assassinatos, que em alguns momentos foram realizados em escala monumental e espalhando uma visão insana de uma suposta raça superior que agora era colocada de joelhos por uma aliança de inimigos considerados inferiores. A frase “quem semeia vento, colhe tempestade” nunca pareceu fazer tanto sentido.



SOLDADOS SOVIETICOS EM MEIO AS RUINAS DO TERCEIRO REICH


No numero 77 da Wilhelmstrasse o prédio em forma de L que abrigava a Chancelaria do Reich, não teve um destino diferente da maioria das construções de Berlim. Tanto a antiga como a nova Chancelaria, projetada por Albert Speer, o arquiteto preferido de Hitler, estavam completamente arruinadas. Enfurnado em seu bunker subterrâneo no terreno da Chancelaria, distante da realidade e do sofrimento ao qual havia submetido a milhões de pessoas, estava o maior responsável pela tragédia que se abatia: Adolf Hitler. Quando o ditador alemão saiu de seu refugio nas montanhas, chamado de Bergenhof, e se dirigiu para a capital Berlim em seu trem especial, no dia 15 de janeiro de 1945, para comandar de lá o que o escritor Cornelius Ryan chamou de “A ultima batalha”, o seu formidável bunker ainda não estava concluído. As obras tiveram inicio em 1943, quando a construtora Hochtief foi contratada para construir um abrigo anti-bombas sob o edifício da Chancelaria do Reich em Berlim.

O bunker estava localizado a cerca de 16 metros de profundidade do nível do jardim, e compreendia pouco mais de 20 dependências moderadamente decoradas. Certamente o “Fuhrerbunker” como era chamado, era um formidável abrigo, totalmente a prova de bombas. Mesmo no caso de um impacto direto as chances dos danos provocados pela explosão atingirem a parte interna eram quase nulas. Apesar de oferecer toda essa segurança, o bunker estava longe de ser um local agradável. As testemunhas que passaram os últimos dias do Terceiro Reich no chamado Fuhrerbunker declararam que o ar do abrigo era quase irrespirável e se misturava ao odor insuportável de urina e ralo estúpido. Em alguns pontos havia poças oleosas no chão, e suas paredes exalavam muita umidade. A destruição provocada pela batalha nas ruas de Berlim não haviam atingido as dependência do Fuhrerbunker, protegidas por paredes de ate três metros de puro concreto. Mas havia algo que muralha alguma seria capaz de conter: a certeza de que o fim estava próximo fazendo com que a negligencia se apossasse dos que ali habitavam. Longe de ser um grande e luxuoso abrigo, imaginado por Hitler, este era o único refugio que restava ao Fuhrer em toda a Alemanha nazista. Inicialmente o bunker havia sido projetado para servir como abrigo temporário de emergência, porem, em decorrência dos constantes bombardeios aliados que diariamente despejavam suas bombas sobre a agonizante Berlim, Hitler acabou por se mudar para lá definitivamente no inicio de abril de 1945.



DESENHO ESQUEMATICO DO BUNKER DE HITLER


O estado de saúde de Hitler naqueles dias era precário. Desde o atentado que sofrera em 20 de junho de 1944, seu estado físico estava em constante degradação. O agravamento do mal de Parkinson bem como a enorme quantidade de remédios que tomava diariamente, chegava a tomar vinte comprimidos diferentes todas as manhãs, pode ter contribuído para o agravamento de seu estado de saúde. O seu medico particular, Dr. Morel, lhe receitava uma serie de remédios que na maioria das vezes não tinha nenhum efeito benéfico para sua saúde. Alguns continham uma pequena porcentagem de estricnina, além de pílulas para gases estomacais, injeções diárias de estimulante físico que suprimiam o cansaço, injeções hormonais e um colírio a base de cocaína (1%) que Hitler aplicava nos olhos todas as manhãs. Todas as noites ele precisava de uma injeção de sedativo para conseguir dormir. O escritor alemão Joachim Fest, autor da uma respeitada biografia de Hitler, descreveu o seu estado de saúde nos últimos dias de abril de 1945:
“Sua pele que já era viscosa havia anos, as feições ultimamente intumescidas, e as bolsas escuras e inchadas sob os olhos. Bastante curvado e com movimentos estranhamente oscilantes, ele andava muito próximo as paredes do bunker, como se procurasse apoio. Seu uniforme ate então impecável, apresentava manchas de restos de comida; nos cantos dos lábios havia migalhas de bolo; e sempre que segurava os óculos com a mão esquerda, ao fazer um relato da situação, eles batiam de leve no tampo da mesa. Fisicamente, seu aspecto era horrível. Cansada e pesadamente jogando a parte superior do corpo para frente e arrastando as pernas atrás de si, ele se movimentava dos seus aposentos para a sala de conferencias no bunker. Faltava-lhe a sensação de equilíbrio; quando era parado no curto percurso (20 a 30 metros) tinha de se sentar em um dos bancos dispostos nas paredes dos corredor com esse propósito ou se segurar no interlocutor. Os olhos estavam injetados, embora todos os documentos a ele destinados, tivessem de ser redigidos na “maquina de escrever do fuhrer” cujas letras tinham três vezes o tamanho das letras normais, ele precisava de lentes grossas para lê-los.”

Foi neste ambiente claustrofobico que o todo poderoso fuhrer da Alemanha teve que amargar o seu fim. O terceiro reich que deveria durar mil anos, estava chegando ao fim depois de apenas doze.

- II -
UM CASAMENTO
COM CHEIRO DE AMENDOAS AMARGAS


A meia noite do dia 28 para 29 de abril, Hitler havia mandado preparar a sala de conferencia do bunker para a realização de uma cerimônia civil de casamento. No meio daquele mundo subterrâneo completamente alienado da realidade, Hitler e Eva Braun contraíram matrimonio diante de um juiz que foi trazido as presas da linha de frente, que aquela altura já estava a cerca de 500 metros do bunker. A cerimônia durou poucos minutos; na hora de assinar a certidão de casamento, Eva Braun se confundiu e assinou Eva B..., percebendo o erro riscou o “B” e assinou Eva Hitler nascida Braun.

- “Agora vocês podem me chamar de fraulen Hitler” disse ela depois da cerimônia.
Uma tímida recepção foi preparada nos aposentos particulares de Hitler; foram servidos sanduíches e champanhe. Enquanto acontecia a recepção dos recém-casados no interior do bunker, do lado de fora tropas do Terceiro Exercito de Choque Soviético, tinha acabado de cruzar a ponte Montke e se preparavam para iniciar o ataque ao Reichstag, passava da meia noite e dez; o cerco ao redor do abrigo estava cada vez mais apertado. Os ventiladores do Bunker tinham absorvido a fumaça dos combates na superfície, e um insuportável cheiro de pólvora invadiu o local. Pouco depois do casamento, Hitler mandou chamar sua secretaria particular, Traudl Junge, que estava descansando em seu quarto no bunker. Hitler lhe disse que precisava ditar algo; ela se assustou quando o Fuhrer começou e disse:

- “Meu testamento pessoal”

Depois que acabou de ditar, Hitler mandou que ela redigisse mais três copias do documento. Pouco depois os recém-casados foram se deitar.

“Domingo 29 de abril, começou com mais um furacão de fogo.” escreveu Martin Bormann em seu diário. O vai e vem constante de pessoas ao bunker continuou. Hitler mandou chamar o professor de medicina Werner Haase, que estava trabalhando no hospital do bunker cuidando dos feridos do combate. Hitler estava confuso sobre o “melhor jeito de morrer”, e queria saber se teria tempo suficiente para apertar o gatilho depois de ingerir uma das cápsulas de cianeto que Heirinch Himmler, o líder da SS, havia lhe dado. Alguns historiadores sustentam que as cápsulas não continham cianeto, mas acido prussíco, que é universalmente confundido com cianeto sendo, porem, muito mais letal. Devido à traição de Himmler nos últimos dias, surgiram duvidas sobre o conteúdo das capsulas. Alguns acreditavam que não continha veneno, mas um poderoso sedativo que facilitaria a captura dos moradores do bunker. Diante da duvida Hitler resolveu testar o veneno em sua cadela alsaciana Blondi; um pastor alemão que segundo relatos era o único ser que Hitler realmente amava. A ideia do que aconteceriam com Blondi depois de sua morte contribuíu para sua decisão. O professor Haase na companhia de Hitler se dirigiu para o banheiro do bunker, que servia de canil para Blondi. Haase então espremeu com um alicate uma das cápsulas na boca do animal, que de acordo com o testemunho dos presentes, morreu instantaneamente como se atingida por um raio. Otto Gunscher que estava presente no momento em que Blondi foi envenenada relatou o seguinte:

“No corredor do fuhrerbunker estavam o professor Haase e o sargento Tornow, treinador de cachorro de Hitler. Haase segurava em suas mãos uma ampola com cianeto de potássio e um alicate. Hitler o tinha instruído a envenenar a cadela Blond. Hitler queria testar o efeito do veneno. A meia noite, Blondi foi envenenada no banheiro. Tornow obrigou a cadela a abrir a boca e Haase introduziu a mão, esmagando a cápsula com um alicate. O veneno atuou instantaneamente e logo em seguida Hitler veio ao banheiro assegurar-se que Blondi fora de fato envenenada. Não disse uma palavra, sua face não se alterou. Em seguida voltou ao estúdio.”


AMPOLA DE CIANURETO IDENTICA A USADA POR HITLER E OS DEMAIS MORADORES DO BUNKER PARA COMETER SUICIDIO


As ampolas de veneno continham 1,5 cm³ de Cianeto de Potássio. Ironicamente o cianeto era o mesmo veneno utilizado nas câmaras de gás dos campos de extermínio. É considerado uma das substancias mais mortais conhecidas pelo homem; a ingestão de uma dose de 0,5 a 1mg é o suficiente para matar um adulto de 70 quilos. O cianeto e um veneno que bloqueia o sistema respiratorio, ele impede que a hemoglobina da corrente sanguinea absorva oxigenio provocando uma especie de “asfixia fisiologica”. O veneno forma uma ligação molecular com a hemoglobina que transporta o oxigenio pela corrente sanguinea; como resultado o oxigenio deixa de atingir as celulas cerebrais provocando asfixia, inconciencia e morte imediata. O individuo envenenado com cianeto não apresenta a palidez tipica da asfixia. A hemoglobina é a responsavel pela coloração vermelha do sangue e a combinação do ion cianeto não altera a cor vermelho-brilhante do sangue, fazendo com que a vitima mantenha sua coloração normal apresentando apenas uma coloração azulada nos labios e ao redor das narinas. Uma caracteristica marcante do cianeto era o seu cheiro forte de “amendoas amargas”.

O dia 30 de abril amanheceu “com um clima melancólico no ar”, disse a secretaria de Hitler, Traudl Junge. Hitler teria dito abertamente pela primeira vez, em uma reunião dias antes, que a guerra estava perdida. Temendo que seus restos mortais fossem expostos em Moscou, como um espolio de guerra, ele confidenciou a seu guarda costas, Otto Gunsche, que ele e sua esposa iriam se suicidar, e que Gunsche devia se encarregar de destruir seus restos para se certificar que nunca seriam encontrados. Gunsche então telefonou para o bunker da garagem e mandou que Erich Kempka, responsável pela garagem da Chancelaria, que conseguisse duzentos litros de gasolina, se fosse necessário devia retirá-la dos carros estacionados. De acordo com algumas fontes, no início da batalha de Berlim, existiam cerca de 40.000 litros de gasolina estocadas em tanques de plástico enterrados no Tiergarten, a apenas 400 metros da chancelaria. Porem o encanamento que ligava o reservatório secreto a garagem subterrânea era feito por uma mangueira de borracha que provavelmente foi rompida durante o furioso bombardeio da artilharia sovietica. Por volta do meio dia toda a gasolina que Kempka conseguiu foi entregue no bunker. Soldados soviéticos já haviam se posicionado no telhado do hotel Adlon, a apenas 300 metros, e disparavam suas armas contra o jardim da chancelaria; o tempo para cumprir a ordem de incinerar os corpos estava se esgotando. As 15:00 horas Hitler fez sua ultima refeição na presença de suas secretarias Traudl Junge, Gerda Christian e da sua cozinheira Constanze Manzialy. O almoço foi servido na sala de reuniões, e o cardápio era macarrão com salada. Depois de comer, Hitler agradeceu a Sra. Manzialy, elogiando sua comida. Ele se retirou para seu quarto na presença de Eva Braun, agora chamada Eva Hitler, que não conseguiu almoçar. Pouco depois todos os ajudantes mais íntimos foram reunidos no corredor para se despedirem. Um a um, Hitler apertou as mãos daqueles leais funcionários, quando chegou à vez de Magda Goebbels, ele a presenteou com um botom de ouro do NSDAP. Em seguida entrou em seus aposentos acompanhado de Eva Hitler para o ato final; o relógio marcava 15:20 min. Otto Gunscher se posicionou no lado de fora da porta de aço a prova de som e gás que levava aos aposentos de Hitler. Perto dali na sala de reuniões do bunker, ou no corredor principal, estavam Goebbels, o general Krebs, Burgdorf, Artur Axmann, Linge e Bormann esperando ansiosamente pelo desfecho. Otto Gunscher relatou após ser capturado:
“Havia, quanto me lembro, pelo menos seis pessoas perto da porta junto comigo: Goebbels, Bormann, Linger, Generais Krebs e Burgdorf, Axmann e mais um ou dois outros. Nenhum de nos ouviu o tiro, talvez por causa das duas portas. Ambas eram a prova de fogo e de gás; consequentemente, também de som. As ultimas instruções que Linger e eu recebemos, diretamente do fuhrer, eram que esperássemos dez minutos e então – só então – Entrássemos no quarto. Foi justamente o que fizemos, foram os dez minutos mais longos de minha vida”

Cerca de dez minutos depois, as 15:30, todos já estavam certos de que tudo já havia terminado, a secretaria de Hitler, Traudl Jung, disse ter ouvido um tiro, mas seria praticamente impossível escutar qualquer ruído através das portas a prova de som. Linger abriu a pesada porta dos aposentos bem lentamente, foi quando um cheiro forte de pólvora e cianureto o alcançou, chegando a lhe irritar os olhos. Linger fechou novamente a porta e “tremendo da cabeça aos pés” disse que não conseguia entrar no quarto. Neste momento Rattenhuber que estava no corredor, completamente bêbado, deduziu que Linger havia dado o tiro de misericórdia em Hitler, ao que estava completamente equivocado. Em seguida Bormann, Gunscher, Goebbels, Axmann e Linger entraram finalmente pela porta e viram a seguinte cena:

“Hitler estava no sofá, à esquerda, morto. A seu lado, Eva Braun, também morta. Na temporã direita de Hitler havia um buraco de tiro do tamanho de uma moeda. Dois filetes de sangue escorriam de sua face. No tapete ao lado do sofá se formara uma poça de sangue do diâmetro de um prato. Parede e sofá estavam respingados de sangue. A mão direita de Hitler repousava em seu joelho com a palma virada para cima; a esquerda pendia para baixo, ao lado do corpo. Ao lado do pé direito de Hitler havia uma pistola Walther calibre 7.65 mm, ao lado do pé esquerdo, uma de calibre 6,35 mm. Hitler usava seu sobretudo cinza com distintivo dourado do partido, a cruz de ferro de primeira classe e o distintivo de ferido de guerra da primeira guerra mundial.”

Assim Linger descreveu a cena após ter sido capiturado. Otto Gunsche descreveu a mesma cena de modo um polco diferente:

“Hitler afundado no sofá florido tinha os olhos abertos e a cabeça pendia ligeiramente para frente. Na temporã direita havia um buraco do tamanho de uma moeda, da qual escorria um filete de sangue que descia pela face. No chão encontrava se uma pistola WALTHER calibre 7.65. Embaixo havia uma poça de sangue e a parede atrás estava coberta de respingos de sangue.”

Artur Axmann declarou que:

“Ao entrar vimos o fuhrer sentado num pequeno canapé e Eva Braun a seu lado com a cabeça repousada em seu ombro. O fuhrer estava ligeiramente inclinado para frente, e todos nos constatamos imediatamente que estava morto. Seu maxilar inferior pendia e havia um revolver no chão. Escorria-lhe sangue das temporãs e da boca, mas não havia muito sangue espalhado... Penso que Hitler, primeiramente tomou veneno, e depois disparou um tiro de revolver na boca, e que a pressão do impacto da bala lhe estourou as temporãs.”

Diante da visão daquele duplo suicídio todos os presentes ficaram mudos por cerca de dois minutos, Gunscher então mandou que Linger afastasse a mesa de centro do pequeno cômodo para que fosse possível estender dois cobertores no chão para embrulhar os corpos. O cirurgião Ludwing Stumpffeger entrou no cômodo, e depois de uma breve análise atestou que Hitler e Eva Braun estavam de fato mortos. Gunscher e Linger envolveram o cadáver de Hitler em um cobertor, dois soldados o carregaram pelas escadas que levavam ao jardim. Tarefa que não se mostrou nada fácil já que Hitler pesava na ocasião mais de 80 quilos; somente as pernas do ditador pendiam para fora do cobertor, sua cabeça estava cuidadosamente embrulhada para esconder a imagem do crânio estourado pelo disparo. O corpo de Eva Braun começou a ser transportado para o jardim por Martin Bormann, porem Kempka ao ver que Bormann estava carregando o corpo de Eva “como um saco de batatas”, o tomou de seus braços e terminou o trajeto. Ao contrario de Hitler o corpo de Eva Braun não estava embrulhado em um cobertor. A tarefa de cremar os corpos se mostrou complicada, pois a artilharia soviética estava bombardeando furiosamente todo o terreno da chancelaria. Depois de alguns minutos conseguiram colocar os corpos deitados lado a lado em uma cratera de bomba a cerca de 4 metros da saída do bunker. Martin Bormann descobriu o rosto de Hitler e olhou por alguns minutos, depois voltou a cobri-lo. Foram derramados cerca de 180 litros de gasolina sobre os dois corpos. As tentativas de incendiar a gosolina foram frustradas pela forte ventania, decorrente do bombardeio, que impediam os fósforos de permanecerem acessos. Alguem propôs usar uma granada, porem Linger lançou um pedaço de pano em chamas sobre os corpos e uma enorme chama surgiu. Goebbels, Gunscher, Linger, Bormann, Hewel, Axmann, Rattenhuber e Schaedler fizeram a saudação Hitlerista antes de voltarem ao bunker. A ultima visão que tiveram pela porta entreaberta foi dos corpos de remexendo no meio das chamas. A secretaria de Hitler, Traudl Junge, contou o seguinte:

“Logo depois do suicido procurei Otto Gunsche para saber como o fuhrer tinha morrido, pois ate então só tinha escutado o disparo, mas não tinha visto os corpos. Gunsche disse: o fuhrer tinha atirado na boca e tinha ainda mordido uma ampola de veneno. O crânio tinha axplodido, e o aspecto era horrível. Eva não usou sua pistola tinha apenas ingerido veneno. Enrolamos a cabeça do fuhrer em um cobertor e levamos para o jardim, onde os deitamos lado a lado e queimamos com gasolina. Antes desta conversa com Gunsche eu tinha ido ate a sala de estar onde Hitler havia cometido suicídio. Sobre a mesa estava o pequeno revolver de Eva Braun, ao lado um lenço rosa e, no chão, ao lado da cadeira da senhora Hitler vejo brilharem os invólucros de latão da ampola de veneno. No estofamento branco e azul do banco de Hitler estava sujo de sangue, o terrível cheiro de amêndoas amargas me deixa enjoada e eu saio correndo do lugar.”

Um esquema de segurança havia sido preparado para que nenhum soldado raso presenciasse a queima dos corpos, no entanto, três soldados que mantinham guarda no jardim e na Chancelaria testemunharam o ocorrido: Erich Mansfield, Herman Karnau e Harry Mengershausen. Erich Mansfield e Herman Karnau descreveram a queima dos corpos:
“As pernas e o dorso de Hitler moveram-se para cima devido a intensidade do calor. O corpo de Eva Braun encolheu, as pernas se levantaram a ponto de os joelhos tocarem o queixo, o braço também se ergueu e ficou em linha reta com o tronco. Ela parecia estar sentada em um cavalo e segurando rédeas imaginarias.”

Os médicos legistas dizem ser bastante comum corpos incendiados ou expostos a temperaturas elevadas “se sentarem”. Isto ocorre porque os tendões das pernas e braços, quando expostos ao fogo, tendem a encolher repuxando assim os membros na direção do tronco. O corpo encolhe pela perda de líquidos durante a queima. Algumas partes como crânio e abdome podem apresentar aberturas, devido à ação de temperatura elevada das chamas, a pressão dos líquidos sob a pele sobe de forma descontrolada ocasionando pequenos “estouros”. Mansfield contou como ficou o corpo de Hitler depois da queima:
- “Toda a parte inferior havia sido consumida e as tíbias de Hitler eram perfeitamente visíveis”.
Mais tarde Mansfield voltou para ver os corpos e relatou:
- “Ardiam ainda, mas quase não havia mais chamas”.
Harry Mengershausen, que estava mantendo guarda na sala de jantar azul da Chancelaria, relatou que viu, com o auxilio de um binóculo de uma janela que ficava a 60 metros da saída do bunker, dois corpos sendo queimados no jardim no dia 30 de abril de 1945. No relatório feito pelos soviéticos sobre o local de sepultamento dos corpos de Hitler e Eva Braun, datado em 13 de maio de 1945, está registrado:

Local de sepultamento dos corpos de Hitler e Eva Braun
Berlim, 13 de maio de 1945

Nos, abaixo assinados: Chefe, seção de contra-espionagem SMERCH, 79º corpo de carabineiros, tenente-coronel Klimenko; Magistrado Inquiridor chefe, seção de contra espionagem, Katychev; Chefe do esquadrão de levantamento topográfico, 79º corpo de carabineiros major da guarda Gabelok; segundo-Tenente Kalachnikov; soldados, pelotão especial, seção de contra espionagem SMERCH, 79º corpo de carabineiros, Oleynik, Tchurakov, Navach, Myalkin, acompanhados da testemunha Mengershausen, Harry, investigamos nesta data o local onde foram enterrados os cadáveres do chanceler do reich alemão Adolf Hitler e de sua esposa.

A testemunha Mengershausen, Harry, atestou que ele, como membro do SS grupo de combate Mundtkes, fora destacado de 20 a 30 de abril para defesa da área da chancelaria e proteção pessoal de Adolf Hitler. Em 30 de Abril de 1945, por volta do meio dia, estava de guarda dentro do edifício da nova chancelaria, onde sua tarefa consistia em cobrir o corredor que passava pelo estúdio de Hitler e continuava ate a sala de jantar azul. Durante seu plantão através do corredor acima mencionado, Mengershausen deteve-se na sala de jantar azul defronte da ultima janela, que era a mais próxima da saída do jardim, e observou o que estava acontecendo no jardim da chancelaria. Neste momento o Sturmbannfuhrer Gunsche e Linge carregavam os corpos de Hitler e de sua esposa Eva Braun da saída de emergência para o ar livre. Isto despertou seu interesse observou cuidadosamente para ver o que se estava passando. Gunsche, ajudante de ordens de Hitler, derramou gasolina nos corpos e ateou-lhe fogo. Meia hora mais tarde os corpos de Hitler e de sua esposa estavam consumidos, foram levados para uma cratera acerca de um metro de distancia da referida saída de emergência e la enterrados. Todo o processo – Transporte dos cadáveres, sua cremação e o sepultamento dos corpos de Hitler e de sua esposa – Foi pessoalmente observado por Mengershausen de uma distancia de 60 metros. Mengershausen atestou ainda que, em 29 de abril o cachorro de Hitler também foi enterrado na cratera. Características particulares: Um pastor alto com orelhas compridas, costas pretas e flancos elegantes. Por Paul Phenie que cuidava especialmente do cachorro, Mengershausen soube que ele tinha sido envenenado. Ao investigar os locais indicados por Mengershausen, verificou-se que seu depoimento era correto. Durante o seu plantão de 30 de abril de 1945, Mengershausen pode observar claramente da janela da sala de jantar azul o que estava ocorrendo na saída de emergência do bunker. O depoimento da testemunha Mengershausen e bem digno de credito, pois a “ ” de maio de 1945 retiramos da referida cratera os cadáveres de um homem e de uma mulher desfigurados pelo fogo e dois cachorros envenenados que, Conforme foi reconhecido por outras testemunhas, pertenciam a Hitler e a sua secretaria particular Eva Braun.

Em anexo, estão um diagrama do local onde foram descobertos os cadáveres de Hitler e de sua esposa, bem como fotos do local indicado pela testemunha Mengershausen.

Depoimento tomado na chancelaria, cidade de Berlim.

Chefe, seção de contra espionagem SMERCH 79º corpo de carabineiros
Tenente-coronel
Assinado (Klimenko)

Magistrado inquiridor chefe interprete
Seção de contra-espionagem SMERCH
79º corpo de carabineiros
Tenente
Assinado (Katychev)

Chefe esquadrão de levantamento topográfico
79º corpo de carabineiros
Major da guarda
Assinado (Gabelok)

Fotografo-correspondente
79º corpo de carabineiros
Segundo tenente
Assinado (Kalachnikov)

Soldados, seção de contra-espionagem SMERCH
79º corpo de carabineiros
Assinado (Oleynik)
(Tchurakov)
(Navach)
(Myalkin)

Testemunha
Assinado (Mengershausen)

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